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A Geração Alpha, que abrange crianças nascidas a partir de 2010, está crescendo em um ambiente completamente digital.

Desde os primeiros anos de vida, esses jovens têm acesso a smartphones, tablets e uma variedade de plataformas online. Isso está moldando não apenas seu comportamento social, mas também sua saúde mental e acadêmica.

Um novo relatório da Qustodio, uma das principais empresas de segurança online do mundo, revela dados alarmantes sobre o consumo digital dessa geração.

O estudo, baseado no uso de aplicativos e ferramentas online por 180.000 famílias nos EUA com crianças entre 7 e 18 anos, destaca o tempo excessivo dedicado às telas, os riscos associados a essas práticas e como os hábitos digitais evoluem com a idade.

O Que é a Geração Alpha?

A Geração Alpha é composta por crianças que nasceram entre 2010 e 2024, uma geração que tem como característica a imersão total na tecnologia desde os primeiros anos de vida.

Eles crescem em um mundo onde os dispositivos digitais são parte integrante do cotidiano, tornando-se nativos digitais. Ao contrário das gerações anteriores, a Geração Alpha tem acesso à internet desde cedo, o que acelera seu desenvolvimento no ambiente digital e influencia diretamente seus comportamentos, tanto nas interações sociais quanto no consumo de informações.

Acesso Prematuro a Redes Sociais: O Caso do X e Reddit

O relatório indica que mais de 30% das crianças entre 7 e 9 anos já têm acesso ao aplicativo X (antigo Twitter), e 28% delas utilizam o Reddit.

Essas plataformas, que muitos pais podem considerar inofensivas devido à falta de popularidade entre os mais novos, podem expor as crianças a conteúdos prejudiciais como discurso de ódio, pornografia e desinformação. A explicação para esse acesso precoce pode estar na falta de conhecimento dos pais sobre essas plataformas ou na ideia equivocada de que elas não oferecem riscos.

O Surgimento do TikTok e Seus Impactos na Concentração dos Jovens

Aos 10 anos, quase metade das crianças já possui seu próprio smartphone, e com ele, acesso ao TikTok. A pesquisa aponta que 40% dos jovens entre 10 e 12 anos gastam em média 121 minutos por dia no aplicativo, o que equivale a cerca de 240 vídeos diários. Embora muitos pais vejam o TikTok como uma simples diversão, o consumo excessivo de conteúdo pode prejudicar a capacidade de concentração e expor os jovens a vídeos inadequados para sua faixa etária. Para lidar com isso, recursos como o “Family Pairing” podem ajudar a controlar o uso.

Snapchat: Comunicação e Riscos Entre os 13 e 15 Anos

Aos 13-15 anos, o Snapchat se torna uma das principais plataformas de comunicação entre os adolescentes. Com 38% dos jovens usando o app por cerca de 94 minutos diários, o recurso de mensagens que desaparecem após serem visualizadas pode incentivar comportamentos arriscados, como o envio de fotos e mensagens explícitas. A combinação de busca por independência e a imaturidade emocional nesta faixa etária aumenta o risco de comportamentos tóxicos e cyberbullying.

Instagram e Discord: Riscos para o Desempenho Escolar Entre os 16 e 18 Anos

Com o aumento da idade, as preferências digitais dos jovens mudam. Aos 16-18 anos, o Instagram e o Discord se tornam as plataformas mais populares, com 72 minutos diários no Instagram. Esses aplicativos, enquanto oferecem espaços de socialização, também são conhecidos por suas funções de distração, que podem impactar negativamente o desempenho escolar em uma fase crucial de estudos e preparação para a vida adulta. Embora o uso do TikTok diminua, a média de 108 minutos diários ainda demonstra seu alto potencial de distração.

A Exposição a Conteúdos Inadequados: Um Risco Constante

Aos 10-12 anos, as crianças são mais vulneráveis à exposição a conteúdos prejudiciais, como pornografia, que pode ser acessada acidentalmente em plataformas como X e Reddit. Estima-se que a idade média em que um jovem se depara com pornografia seja antes dos 13 anos, muitas vezes de forma não intencional, o que destaca a necessidade urgente de políticas mais eficazes de controle e monitoramento dos pais.

O Papel dos Pais na Supervisão Digital: A Necessidade de Mais Atenção

Fernando Lino, fundador do projeto Guardião Digital, destaca que muitos pais não compreendem os riscos reais envolvidos no uso desses aplicativos e a forma como eles podem impactar o desenvolvimento emocional e social dos filhos. “É fundamental que os pais se envolvam ativamente no universo digital dos filhos, entendendo as plataformas que estão acessando e as interações que estão ocorrendo nelas. Muitos veem essas ferramentas apenas como distrações inofensivas, mas podem expor as crianças a conteúdos nocivos, como pornografia e comportamentos tóxicos. A supervisão e o diálogo contínuo são essenciais para garantir uma navegação segura”, afirma Lino.

A crescente presença digital da Geração Alpha exige uma supervisão mais atenta por parte dos pais. Entender como as crianças e adolescentes interagem com as tecnologias e os aplicativos é fundamental para garantir sua segurança e bem-estar no mundo virtual. O relatório da Qustodio é um chamado à ação para que os pais se envolvam mais na vida digital dos filhos, educando-os sobre os riscos e ajudando-os a fazer escolhas mais seguras online.